A confirmação acaba de ser dada no sítio oficial da CMVM. Trata-se do maior negócio de sempre no futebol português, pelo qual a NOS pode pagar 400 milhões de euros ao Benfica ao longo de dez anos, em troca da transmissão dos jogos do Benfica e da BTV. O acordo fica fechado para os primeiros três anos, podendo ser renovável até dez anos. A renovação depende da decisão de qualquer das partes.
O comunicado oficial confirma as notícias dos últimos dias. A NOS paga mesmo 400 milhões ao Benfica por dez anos, ou 40 milhões por ano, embora só os primeiros três anos estejam garantidos. Os sete seguintes estão contratados, mas como opção. Os termos do acordo, incluindo o mapa de pagamentos, serão desvendados no próximo dia 10 de dezembro.
"A NOS informa que foi hoje celebrado entre a NOS, SGPS, SA, a NOS Lusomundo Audiovisuais, SA, a Sport Lisboa e Benfica - Futebol, SAD e a Benfica TV, SA um contrato de cessão dos direitos de transmissão televisiva dos jogos em casa da Equipa A de Futebol Sénior da Benfica SAD para a Liga NOS, bem como dos direitos de transmissão e distribuição do Canal Benfica TV", diz o comunicado oficial.
"O contrato terá início na época desportiva 2016/2017 e uma duração inicial de três anos podendo ser renovado por decisão de qualquer das partes até perfazer um total de 10 épocas desportivas, ascendendo a contrapartida financeira global ao montante de €400.000.000, repartida em montantes anuais progressivos", conclui a mesma fonte.
VIEIRA CUMPRE OBJETIVO ANTIGO
40 milhões por ano era o número de que Luís Filipe Vieira falava quando negociava com a SportTV a renovação dos direitos de transmissão. O valor não foi alcançado, o que fez com Vieira colocasse os jogos em exclusivo na Benfica TV, que entretanto foi renomeada de BTV. Agora, a cifra atinge os 40 milhões por ano, embora inclua não apenas os jogos em casa do Benfica mas também a transmissão da própria BTV.
Recorde-se que o Benfica passou a emitir os seus jogos na Benfica TV há duas épocas, depois de ter recusado uma proposta de renovação de contrato da Sport TV que previa o pagamento de cerca de 22 milhões de euros por ano.
UM NEGÓCIO VELOZ
O negócio começou com a decisão da Altice, nova dona da Meo, avançar para negociações com o Benfica, conforme foi noticiado pelo DN no fim de semana. A NOS reagiu e avançou com uma proposta imediatamente, tendo agora o negócio sido fechado. Atingindo o maior valor de sempre pago por transmissões de jogo, o Benfica terá assim beneficiado da concorrência entre os operadores de comunicações, que pretendem reforçar a sua oferta para ganhar clientes. Até à avançada da Altice, dona da Meo, tanto a NOS como a Vodafone defenderam sempre que não deveria haver conteúdos exclusivos e que as operadoras devem diferenciar-se pela qualidade dos serviços.
ENTÃO E O PORTO?
Com este plano, a NOS (que, recorde-se, divide a propriedade dos canais Sport TV a 50% com Joaquim Oliveira) protege-se da concorrência da Altice no mercado de conteúdos desportivos. Mas consegueria também controlar a subida de custos que a compra em alta dos direitos do Benfica poderia provocar à Sport TV.
No anterior contrato com a SportTV, existia uma cláusula no contrato dos direitos do FC Porto que garantia ao clube azul e branco o direito a receber 80% do valor de futuros contratos que o canal assine com o Benfica. Não é neste momento claro se essa cláusula é aplicavel, uma vez que o Benfica já saiu da SportTV. Mas, nesse caso, os 40 milhões de euros pagos ao Benfica são decompostos em duas parcelas, que não estão detalhadas no comunicado mas que, segundo fontes do Expresso, poderão ser de 25 milhões pelos jogos mais 15 milhões pela BTV. Se assim fosse, o contrato do FC Porto seria atualizado para 80% de 25 milhões e não do bolo total de 40 milhões. Ou seja, o Porto receberia "automaticamente" 20 milhões de euros.
Na última época, o FC Porto recebeu cerca de 15 milhões de euros pela venda dos seus direitos televisivos em competições nacionais.
O FIM DA CENTRALIZAÇÃO
Com este negócio, cai um dos grandes objetivos de Pedro Proença, novo presidente da Liga de Clubes, de conseguir negociar de forma centralizada os direitos das competições profissionais de futebol
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